quinta-feira, 18 de abril de 2013

Intertextualidade entre "Trem das Onze" e "Trem de Ferro"


A canção de Adoniran Barbosa refere-se a um trem cujo sujeito lírico está passando por uma situação de despedida: ele queria ficar com a mulher com quem ele “dialoga” no texto, mas não pode, pois tem suas obrigações de olhar a casa e de não preocupar sua mãe com a demora. Para chegar em casa, ele tem que pegar um trem e, se não conseguir, só poderá ir embora às onze horas do dia seguinte. Para explicitar, temos: “Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar”, sendo possível confundir o eu lírico com o próprio autor, pelo fato de o poema encontrar-se em 1ª pessoa do singular. É importante ressaltar que o ambiente é o meio urbano.

Com relação ao poema de Manuel Bandeira, refere-se a um trem que começa a partir quando a
fumaça se inicia a sair e que, para atingir uma certa velocidade, é preciso “muita força”. Deste trem é possível ver os bichos, a ponte, o poste, o pasto, remetendo, assim, à zona rural.
No que diz respeito à estrutura desse poema, pode-se observar o uso das figuras de linguagem
aliteração (observada em “passa ponte, passa boi, passa boiada”, em que a repetição de sons “p” e “b” – bilabiais – pode remeter aos obstáculos que estão havendo no caminho do trem) e anáfora (observada em “muita força, muita força, muita força”, que, por estar sendo repetida uma mesma expressão três vezes, pode ter como intenção demonstrar a intensidade da força que o trem está tendo ou mesmo a velocidade).   


Nenhum comentário:

Postar um comentário