quinta-feira, 18 de abril de 2013

Relacionando o conceito "tragédia" com Medeia, de Eurípides



Filme "Medea", de Pasolini
Obs.: O 
áudio encontra-se em inglês




Sendo a tragédia uma imitação de ações de caráter elevado (Aristóteles, 335 AC*), ou, entre outras interpretações, a imitação de uma realidade, esses conceitos se retratam em “Medeia” no sentido de que a personagem principal é uma mulher que tem família e participa de ações e fatos que acontecem na realidade. Como exemplo disso, pode-se citar o que acontece com a protagonista quando se sente traída por Jasão: ela toma como meta a vingança, o que representa uma imitação do que muito acontece no mundo real.

As tragédias são capazes de imitar ações de
seres superiores à média dos mortais, em que o herói trágico (no caso, a Medeia) excede pela força física ou dotes espirituais. Medeia era responsável por ter cometido vários crimes e, pelo fato de conseguir tudo o que queria sem nada lhe acontecer, pode-se dizer que ela tem forças “especiais”. Entretanto, Jasão se apaixona por outra mulher e a abandona, o que a deixa na sede da vingança (a personagem não estava, de fato, acostumada a ficar por baixo nas situações): seus crimes eram cometidos sem que houvesse o sentimento de raiva por parte dela e, desta vez, não seria assim, já que estava extremamente sem esperança e se via perdida sem seu companheiro.

Nas tragédias, uma
parte da história é dependente da outra, ou seja, o início da tragédia “Medeia” (em que ela está desesperada por ter sido abandonada) e o fim da tragédia (que é quando a protagonista vai embora para outro “mundo”) só estão interligados porque o desenvolvimento (o meio) da tragédia fez com que os acontecimentos tomassem tal rumo e, com início e meio dispostos naquela ordem juntamente com aqueles fatos, o fim seria possível a partir dessa subordinação das partes.


 * Segundo consta, Aristóteles escreveu “Poética” entre 335 e 330 A.C., mas não se tem conhecimento da data exata.

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